Nas minhas férias, lendo a revista Vida Simples, descobri a existência da fotografia Miksang, ou contemplativa, criada pelo mestre tibetano Riponche. Desde que comecei a fotografar fiz este tipo de foto, sem saber que tinha nome. Na época da fotografia com filmes eu senti uma culpa imensa de gastar as películas com fotos sem enquadramento, fotos sem sentido, feitas pela emoção do fazer. Depois que comprei a primeira câmara digital, a culpa culpa diminuiu um pouco, passou a ser uma culpa menor (pelo "nonsense" do fazer), mas ainda existia. Confesso que sempre me senti culpada por esse capricho de fotografar o nada, o coisa alguma, os detalhes da arquitetura, os detalhes de outras coisas. Agora estou feliz, descobri que essa fotografia era arte e não mais uma esquisitise das minhas. Os nomes nos ajudam a encontrar a sanidade (boa frase para o Twitter). Libertei-me e fiz meu primeiro ensaio Miksang assumido. Tirei fotos de São Paulo andando em um carro, fotografei tudo o que me permiti ver. O processo é muito relaxante, faz pensar, tem mesmo um quê de meditação. O resultado está aí e, é claro, já fiz uma página, que ainda falta fotografar.
